O que caracteriza a eficácia do campo geográfico são a altitude e a altura dos potenciais. Por isso o potencial dos rios amazônicos é muito menor do que muitos imaginam, embora ainda seja grande se aproveitados de forma racional, sob regime de sub-aproveitamento (low profile). Muitos famosos já quebraram a cara em empreendimentos na Amazônia (Ford, Hermann khan do Instituto Hudsom, etc): A Amazônia não é para principiantes.
“A expansão de um sistema puramente hidráulico gera um subproduto chamado energia elétrica secundária, ou seja, aquela parcela cuja disponibilidade não se garante 95% do tempo. Essa energia pode ser entendida como o preço que se paga ao se expandir o sistema através de fontes hídricas”. Roberto D’Araujo.
Por fim ocorreu o que todos aguardavam?
De uma só vez o aumento no preço dos combustíveis conjugado com a redução de tarifas que põe fim aos velhos mitos:
– O fim dos grandes reservatórios e dos grandes empreendimentos da Amazônia. Só usinas de fio d’água.
– O abandono da “monocultura da eletricidade”.
– O aumento no preço dos combustíveis, ainda que insuficiente.
– Abre caminho para equiparação definitiva do preço dos combustíveis e a retomada dos leilões exploratórios de petróleo e gás e retoma a produção do etanol que estavam paralisados.
– Acaba com a renovação automática das concessões praticada por governos anteriores.
A situação difere daquela de 2001: apagão seguido de racionamento por falta de energia. Hoje, sobra energia hidroelétrica – segundo o próprio ONS – e existe alternativa térmica, eólica e de biomassa, mas falta chuva para encher os poucos reservatórios. A demanda cresceu e o sistema se tornou mais complexo: precisa haver redundância de linhas para reduzir o risco no transporte de energia distante ou falta gás para acionar termoelétricas (ou falta de infraestrutura para desembarcar os combustíveis importados).
O preço da energia pode ficar mais caro por uns tempos, mas é a melhor maneira de afastar provável racionamento e ingressar em um sistema hidrotérmico com geração distribuída com ajuda das empresas: cada um gerando a sua própria energia.
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