segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

ALERTA PARA UMA SECA


Estamos diante de um verão atípico imprevisível, como mostra claramente a atitude do ONS ao acionar térmicas preventivamente em outubro, quando tudo parecia correr bem. Agora – depois de quase 4 meses de térmicas funcionando plenamente – os reservatórios continuam esvaziando até atingir o nível mínimo, que é quando deveriam estar iniciando. Mesmo com a permanência de térmicas ligadas pelo ano todo não há mais tempo para enchimento neste verão que está terminando. Chegaremos ao próximo verão com os reservatórios quase vazios. O acionamento de térmicas pode se tornar permanente diante da carência de locais para novos reservatórios. Isto não é nada “normal”. A situação difere daquela de 2001: apagão seguido de racionamento por falta de energia. Hoje, sobra energia hidroelétrica – segundo o próprio ONS – e existe alternativa térmica, eólica e de biomassa, mas falta chuva para encher os poucos reservatórios. A demanda cresceu e o sistema se tornou mais complexo: precisa haver redundância de linhas para reduzir o risco no transporte de energia distante ou falta gás para acionar termoelétricas. O preço da energia pode ficar mais caro por uns tempos, mas é a melhor maneira de afastar provável racionamento e ingressar em um sistema hidrotérmico com geração distribuída: cada um gerando a sua própria energia. Todo mundo já está comprando gerador próprio. Pode muito bem estar ocorrendo um fenômeno climático semelhante ao ocorrido em 1953/56 – Período Crítico – que serviu de base para o projeto do SIN, agravado agora com as mudanças climáticas. Com ajuda dos empresários – que já estão motivados – a complementação poderia ocorrer mais facilmente, sem o recurso de novas licitações. Os dispêndios públicos com térmicas de complementação poderiam ser menores quando compartilhados com as empresas. Não se trata apenas da questão de custo: A presidente persegue a modicidade – um objetivo desejável – com o sacrifício da segurança.

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