quinta-feira, 9 de setembro de 2010

BRINCANDO.........GRANDE FINAL

Composição atual: 40% estatal, sendo 32% diretamente, e 8% através do BNDES, igualmente uma empresa do estado, o que vem dar na mesma.
Com o valor de 8,51, o valor da reserva (42,5 US$bi) é tão grande que permite a união subscrever o que lhe cabe sem aportar nenhum centavo em dinheiro vivo. Se, por hipótese, todos os acionista exercerem o seu direito de preferência — estabelecido pela assembléia da Petrobras sobre o limite de 87 bilhões — caberia a união — no máximo — 35 bilhões (40% de 87 bilhões). Aos demais acionistas caberia o restante, ou seja, 52 bilhões e a operação de capitalização da Petrobras seria tranqüila.
Mas o governo — pressionado pelo ambiente eleitoral — quer aumentar a participação estatal e a capitalização fica comprometida.

Ante a perspectiva de subscrever o excedente de 10 US$bi os demais acionistas só poderiam subscrever 10 US$bi a menos em dinheiro, uma vez que o montante é fixo. Isso, se nada de extraordinário acontecer, como, por exemplo, a incapacidade dos pequenos investidores ou a desistência voluntária dos grandes, que já vem sendo manifestada pela venda das ações do multimilionário Soros.

Por outro lado é um valor que não condiz com a perda de interesse pela exploração em mar profundo, depois da demorada exposição do vazamento no golfo do México. Não condiz tambem com o fraco desempenho das ações da empresa em queda de quase 30% desde janeiro.

Sem aportar nada a União chega ao dia do lançamento com participação de 50%. Como o limite de 87 US$bi dificilmente será atingido, a união poderá chegar a data do lançamento com participação maior do que 50%.

Ante a possibilidade de utilizar o Fundo Soberano, a participação da União facilmente alcançará 60%. Ato final: o governo recorre às reservas para solucionar o impasse e adquirindo as sobras. Resta saber se existirá patriota em número suficiente para acreditar no retorno da estatização da Petrobras, colocando seu rico dinheirinho como acionista da grande empresa “orgulho do Brasil”.

Segundo Adriano Pires, o aumento da participação acionária e da disponibilidade de dinheiro da Petrobras, não pode ocorrer simultaneamente porque são objetivos conflitantes. A realização de um impede a do outro.
Se a intenção do governo for aumento da participação, a operação de lançamento é desnecessária. Basta realizar uma operação normal de mercado que acontece todos os dias, sem que a empresa tome conhecimento do fato. As ações apenas trocam de dono sem nenhum aporte de dinheiro para a empresa. Neste caso é o governo que aporta recursos em dinheiro do Fundo Soberano, Caixa e BNDES.

Se a intenção for aumento da disponibilidade de dinheiro, a operação de lançamento é necessária. Basta aceitar o valor calculado pela Petrobras — que conhece bem as dificuldades da extração — e a meta de capitalizar a empresa seria plenamente atingida. Neste caso, é o setor privado que aporta recurso em dinheiro e a composição acionária é mantida.

O que não pode acontecer é a manobra de “forçar a barra” com um valor excessivo do valor das reservas de 42,5 US$, que deixaria os demais acionistas de exercer seus direitos legítimos, sem opção de manter, caso o desejassem, a participação de 60% que desfrutam atualmente. Alem do mais representa uma atitude de profundo desrespeito para com os acionistas minoritários, inclusive os cotistas dos fundos de pensão e FGTS.

Não é possível saber “a priori” qual vai ser o interesse do capital privado no dia do lançamento, previsto para dia 30 de setembro. Nem se o limite máximo será atingido. Se o aporte voluntário dos demais acionistas for menor, a participação estatal aumenta na proporção inversa da desistência do acionista privado. Neste caso, existirão sobras que a União poderá, se quiser subscrever sem nenhum constrangimento para acionistas minoritários.
Enfim, os riscos são grandes, segundo Adriano Pires: mais governo na Petrobras que acabará se tornando uma imensa Yacimento Petrolifero Fiscales

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